Grande Magia – Elizabeth Gilbert

Grande Magia II

Por Paloma Salles

Em Grande Magia – Vida Criativa sem medo, Elizabeth Gilbert, de volta à não ficção, compartilha histórias e reflexões sobre o significado de uma vida criativa. A autora do best-seller “Comer, rezar, amar” também conta sobre seu processo de escrita e suas ideias a respeito de como a inspiração funciona. Diz ainda que nós não precisamos salvar o mundo com nossa criatividade. A nossa arte não precisa ser original nem importante.

Para Gilbert, ser criativo não é se dedicar exclusivamente às artes. Na sua definição, uma vida criativa é aquela movida pela curiosidade. Um bom exemplo disso é o de sua amiga que voltou a fazer patinação artística aos 40 anos. Ela não largou seu emprego, não vendeu sua casa, nem fez nada mais radical. Continuou seguindo sua vida normalmente, mas fazendo algo que amava e que a deixava feliz. Estava finalmente fazendo algo para si.

Um ponto relevante que Gilbert expõe é: “o que amamos o suficiente para conseguir suportar os aspectos mais desagradáveis do trabalho?” Porque se realmente amarmos e quisermos algo o suficiente não nos importaremos com a parte ruim dele. Gilbert conta sobre um amigo seu que queria ser escritor, mas que mergulhava em períodos de depressão pela falta de sucesso e pela incapacidade de publicar seus trabalhos. Ele afirmava que queria ser escritor de todo o coração, porém não estava disposto a aguentar as decepções e frustações da atividade e acabou desistindo.

Em uma linguagem simples e honesta, a autora, aos poucos, apresenta certos detalhes de sua vida e carreira. Relata que só depois de publicar seu quarto livro é que largou seu emprego fixo, porque não queria que a responsabilidade de se sustentar se tornasse um fardo para sua escrita.

A leitura do livro é bem leve e rápida. O livro nos faz rever certas ideias preconcebidas a respeito da criatividade como, por exemplo, a ideia de nos levarmos tão a sério e de que precisamos da permissão de alguém para viver criativamente. De acordo com Gilbert, para vivermos criativamente só depende de nós, basta querermos. Vale a pena mergulhar nesta leitura!