O segredo dos corpos de Dr. Vincent Di Maio e Ron Franscell

O segredo dos corpos III

Por Paloma Salles

Através da história de vida de Dr. Vincent Di Maio e das mais de 9 mil autópsias que ele realizou, vamos conhecendo como funciona a misteriosa área da patologia forense.

Em 40 anos de profissão, ele teve um papel importante em algumas famosas investigações criminais como a exumação de Lee Harvey Oswald (o suposto assassino do presidente Kennedy), a tese de que Van Gogh não cometeu suicídio e o desmascaramento de Martha Woods, a assassina em série de bebês.

 

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Ademais vamos conhecendo como é a participação desses especialistas nos julgamentos. Segundo Di Maio, a verdadeira missão dos médicos legistas é descobrir a verdade e não o favorecimento da defesa ou da promotoria.

A edição da Darkside como sempre é bem caprichada e linda para se ter na estante. Ela tem capa dura e traz uma capa de encher os olhos. Além disso, tem diversas ilustrações sobre as investigações.

 

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A narrativa é bem interessante e para quem tem curiosidade em descobrir o que realmente acontece em uma autópsia, o livro é um prato cheio de informações.

Aviso: o conteúdo do livro é violento e não indicado para menores de 18 anos ou pessoas sensíveis ao tema.

 

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Confissões do Crematório: Lições Para Toda a Vida de Caitlin Doughty

Confissões do Crematório

Por Paloma Salles

Confissões do Crematório II

Caitlin  Doughty é agente funerária, escritora e mantém um canal no YouTube onde fala com bom humor sobre a morte e as práticas da indústria funerária. É criadora da websérie “Ask a Mortician” e fundadora do grupo “The Order of the Good Death” (que une profissionais, acadêmicos e artistas para falar sobre a mortalidade).

 

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Caitlin  Doughty

Em Confissões do Crematório: Lições Para Toda a Vida, a autora nos conta o dia a dia de um crematório e outras particularidades desta indústria. Aliás, um relato muito interessante sobre a indústria funerária. A partir disso, faz várias reflexões sobre a morte e como a sociedade atual de maneira não natural foge desses questionamentos.

Confissões do Crematório III

Ao ler este livro me lembrei bastante de “A sete palmos”, uma série muito bem feita que conta sobre o dia a dia de uma família dona de uma funerária. A série era engraçada e reflexiva ao mesmo tempo, assim como o livro de Caitlin. A autora soube dosar um assunto um pouco macabro com bom humor.

Além disso, a obra traz outras questões pertinentes como a mentira do “final feliz” que geralmente é passado para as crianças, o que acaba sendo muito mais prejudicial do que contar sobre como a morte e o amor realmente funcionam.

Vale a pena ler e refletir!

O jogador nº 1 de Ernest Cline

O jogador nº 1

 

Por Paloma Salles

No ano de 2045, para fugir de uma realidade cinza e miserável, as pessoas passam a “viver” na plataforma Oasis, uma realidade virtual que permite que elas mudem sua aparência e sejam quem elas quiserem. Com a morte do fundador da Oasis, inicia-se uma busca frenética por pistas deixadas por ele dentro do programa, porque quem achá-las herdará toda a sua fortuna.

Para quem gosta da cultura nerd e viveu nos anos 80, o livro é extremamente divertido e recheado de referências à cultura pop dessa época. A trama do livro é muito rica e faz você imaginar várias fantasias suas de infância virando realidade, como a de estar na pele de um personagem de um filme que você adora, por exemplo.

Mas o livro não é simplesmente isso. A história apresenta muita crítica social, como ao abordar o consumismo desenfreado e até mesmo levanta a questão da identidade de gênero, já que algumas mulheres acabam criando avatares masculinos na Oasis para serem melhor aceitas na plataforma.

Embora tenha uma história mais voltada para o público juvenil, o apelo dos anos 80 é muito forte para ser ignorado. Então se você curte a época ou é nerd aproveite e divirta-se com o livro!

Quem quiser conhecer o filme pode ver o trailer abaixo:

 

Mindhunter de John Douglas e Mark Olshaker

MINDHUNTER

Por Paloma Salles

MINDHUNTER II

Mindhunter é um eletrizante relato da vida de John Douglas, um agente especial do FBI, e da mente dos assassinos em série que ele perseguiu. A história do agente  serviu de inspiração para a série homônima da Netflix, que conta com a produção de David Fincher (“Seven” e “Garota Exemplar”).

 

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Ambientado na década de 70, John Douglas conta um pouco sobre sua vida, como ingressou no FBI e como foi parar em Quantico na Unidade do FBI de Ciência Comportamental. Aos poucos, o livro mostra como a Psicologia Criminal ainda estava engatinhando na época e como, a partir desta Unidade, ela começou a evoluir e ser aplicada na solução de alguns crimes.

Nesta Unidade, os agentes ensinavam algumas técnicas do FBI aos policiais locais de várias cidades dos EUA. Porém Douglas e sua equipe sentiram a necessidade de aperfeiçoar seus métodos para ajudar a Polícia a entender melhor os crimes hediondos. Eles fizeram análises dos perfis dos criminosos e deram um passo adiante ao entrevistarem alguns que estavam presos a fim de compreenderem como eles pensavam, e, se possível, anteciparem suas ações e prendê-los antes que cometessem mais crimes.

É muito interessante como os agentes desenvolveram um método científico de análise de perfil dos criminosos que é usado até os dias atuais. Com esse método, eles questionaram muitas coisas, como, por exemplo, se o assassino já nasceria criminoso ou se ele poderia ser o resultado de um ambiente violento.

O mais importante é que a obra focou no método para entender a mente do criminoso e não glamourizou os assassinos. Apesar de não ser um livro de ação, ele gera tensão em muitos momentos como ao tentar desvendar os crimes ou em certas entrevistas dos serial killers.

Recomendo o livro a quem deseja conhecer melhor este método investigativo criminal e àqueles que tenham estômago para aguentar muitas descrições de cenas macabras.

Para conhecer a série assista o trailer abaixo:

 

Faça Boa Arte de Neil Gaiman

Neil Gaiman III

Um trecho inspirador de Faça Boa Arte. (Foto: Neil Gaiman)

Considerado um dos criadores da HQ moderna, Neil Gaiman é também escritor de romances, contos e roteiros. Entre suas obras mais famosas estão “Coraline”, “Deuses Americanos”, “Sandman” e “Stardust”. Muitos de seus livros premiados e aclamados pela crítica já foram adaptados para o cinema e para séries de TV.

Em maio de 2012, Neil Gaiman é convidado a fazer um discurso para formandos do University of the Arts na Filadélfia. Em seu discurso, Gaiman incentiva os jovens a se libertarem das regras e a darem vazão ao potencial criativo. Mais do que isso, estimula os jovens artistas a pensarem de forma inovadora e a fazerem boa arte. Posteriormente esse discurso torna-se um livro, projeto idealizado pelo renomado designer gráfico Chip Kidd.

Dark – Netflix

 

Dark II

 

Por Paloma Salles

Lançada em 2017, Dark é a primeira série alemã original da Netflix. A série conta com apenas 10 episódios e já foi renovada para a segunda temporada. Apesar de ter algumas semelhanças com Stranger Things (a produção alemã foi comparada a série), as tramas são completamente diferentes. Dark é muito mais sombria (desculpe o trocadilho) e adulta.

“O desaparecimento de duas crianças em uma cidade alemã traz luzes às relações fraturadas, vidas duplas e o passado de quatro famílias que vivem lá. Aborda o tema de viagens no tempo e principalmente o entrelaçamento temporal. Onde passado, presente e futuro se conectam numa cidade da Alemanha.”

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Erik Obendorf como Paul Radom

 

Tendo como premissa inicial o desaparecimento de Erik Obendorf (Paul Radom) em Winden, uma pequena cidade que tem sua usina nuclear como principal geradora de empregos por lá, a série mostra como todos estão seguindo em frente, até porque muitos acham que o jovem fugiu de casa.

Vamos sendo apresentados aos personagens aos poucos. Jonas Kahnwald (Louis Hofmann), é um adolescente que está sofrendo pelo suicídio recente do pai, junto com alguns colegas acaba indo visitar uma caverna na floresta à noite e as coisas na cidade tomam outra dimensão, porque Mikkel Nielsen (Daan Lennard Liebrenz), o irmão menor de Martha (Lisa Vicari) e Magnus (Moritz Jahn), também desaparece.

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Louis Hofmann como Jonas Kahnwald

 

O pai de Mikkel, Ulrick Nielsen (Oliver Masucci), é policial e fará de tudo para encontrar seu filho e sua busca inicial será nessa caverna. Esse acontecimento, entretanto, traz a lembrança do desaparecimento de seu irmão Mads que ocorreu há 33 anos.

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Oliver Masucci como Ulrick Nielsen

 

A cada episódio vamos conhecendo mais os personagens e vendo que a vida deles não é tão simples quanto parecia em um primeiro momento. Descobrimos segredos, mentiras e traições que nos fazem questionar a razão de suas atitudes.

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Dark

 

A trama de Dark é um quebra-cabeça que você quer resolver a todo custo, o que a torna cada vez mais viciante. É preciso ficar muito atento a todos os detalhes para não perder nenhuma pista.

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 Gina Stiebitz, Louis Hofmann, Paul Lux, Lisa Vicari e Moritz Jahn em Dark

 

Assistir uma produção alemã é muito diferente de ver as americanas que estamos acostumados, mas eu adorei. Os atores são ótimos e a produção é excelente. A fotografia e trilha sonora são muito bem pensadas e dão um ótimo tom para a trama. A abertura da série para mim é um show à parte. A música me dá até um arrepio de tão boa que é.

Se você gosta de mistérios e ficção científica vale a pena conhecer a série! E que venha logo, pelo amor de Deus, a segunda temporada.

Assista o trailer da série abaixo:

 

3 MOTIVOS PARA ASSISTIR “ATLANTA”

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Por Penélope Salles

Criada e protagonizada por Donald Glover, a premiada série da FX tem sido aclamada pelo público e crítica especializada. Em 2017, a produção ganhou 2 Emmy Awards (Melhor direção série cômica e Melhor ator em série cômica) e 2 Globos de Ouro (Melhor Série de Televisão Musical ou Comédia e por Melhor Ator em Série Musical ou Comédia).

 

Embora cada episódio apresente uma história independente, temos como enredo principal a trajetória de Earnest “Earn” Marks (Donald Glover), um jovem negro que largou a faculdade para tentar a carreira na área musical. Ao fazer uma parceria com seu primo Alfred Miles, conhecido como o rapper ‘Paper Boi’ (Brian Tyree Henry), Earn se envolve nas mais variadas e inusitadas situações.

 

Atualmente “Atlanta” tem duas temporadas e é exibida no Brasil pelo FOX Premium, a primeira temporada já está disponível na programação da Netflix. A terceira foi renovada e tem previsão de estreia para 2019.

 

Para quem ainda não conhece a série, vou citar 3 motivos para assistir:

1. Roteiro

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Se você gosta de boas histórias, contadas de maneira divertida, você vai curtir a produção. O roteiro é inteligente e desconstroi uma série de “verdades” sobre a sociedade americana, especialmente, sobre a comunidade negra. “Atlanta” aborda uma série de questões pertinentes e atuais como o racismo e discriminação contra negros no EUA sem falso moralismo.

Ao mostrar a busca de Earn e Paper Boi pelo sucesso no cenário musical não cai nos velhos clichês e lugares comuns tão frequentes em séries do gênero, vemos a humanidade dos personagens e nos solidarizamos com suas histórias. Além disso, os diálogos inteligentes, são repletos de humor negro, ironia e sarcasmo.

 

2. Elenco

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A atuação do elenco é realmente incrível. Embora o desempenho de Donald Glover seja muito bom _ o ator, inclusive, recebeu o Emmy e o Globo de Ouro por sua atuação_ são os atores coadjuvantes que roubam a cena. A atuação excepcional de grandes atores como Brian Tyree Henry como o rapper Paper Boi, Lakeith Stanfield como Darius, amigo de Paper Boi e Zazie Beetz como Vanessa, a namorada de Earn.

 

3. Direção

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A força e vitalidade da série estão nas mãos do criador, ator, produtor e diretor Donald Glover. No entanto, não podemos deixar de mencionar a parceria e o trabalho esplêndido do diretor Hiro Murai, que também assinou o clipe “This Is America”, do alter-ego de Glover, Childish Gambino. Podemos ver o seu incrível trabalho na montagem e na belíssima composição das cenas.

Confira abaixo o trailer da série:

 

 

Grande Magia – Elizabeth Gilbert

Grande Magia II

Por Paloma Salles

Em Grande Magia – Vida Criativa sem medo, Elizabeth Gilbert, de volta à não ficção, compartilha histórias e reflexões sobre o significado de uma vida criativa. A autora do best-seller “Comer, rezar, amar” também conta sobre seu processo de escrita e suas ideias a respeito de como a inspiração funciona. Diz ainda que nós não precisamos salvar o mundo com nossa criatividade. A nossa arte não precisa ser original nem importante.

Para Gilbert, ser criativo não é se dedicar exclusivamente às artes. Na sua definição, uma vida criativa é aquela movida pela curiosidade. Um bom exemplo disso é o de sua amiga que voltou a fazer patinação artística aos 40 anos. Ela não largou seu emprego, não vendeu sua casa, nem fez nada mais radical. Continuou seguindo sua vida normalmente, mas fazendo algo que amava e que a deixava feliz. Estava finalmente fazendo algo para si.

Um ponto relevante que Gilbert expõe é: “o que amamos o suficiente para conseguir suportar os aspectos mais desagradáveis do trabalho?” Porque se realmente amarmos e quisermos algo o suficiente não nos importaremos com a parte ruim dele. Gilbert conta sobre um amigo seu que queria ser escritor, mas que mergulhava em períodos de depressão pela falta de sucesso e pela incapacidade de publicar seus trabalhos. Ele afirmava que queria ser escritor de todo o coração, porém não estava disposto a aguentar as decepções e frustações da atividade e acabou desistindo.

Em uma linguagem simples e honesta, a autora, aos poucos, apresenta certos detalhes de sua vida e carreira. Relata que só depois de publicar seu quarto livro é que largou seu emprego fixo, porque não queria que a responsabilidade de se sustentar se tornasse um fardo para sua escrita.

A leitura do livro é bem leve e rápida. O livro nos faz rever certas ideias preconcebidas a respeito da criatividade como, por exemplo, a ideia de nos levarmos tão a sério e de que precisamos da permissão de alguém para viver criativamente. De acordo com Gilbert, para vivermos criativamente só depende de nós, basta querermos. Vale a pena mergulhar nesta leitura!

 

Um nerd no Japão – Héctor García

 

 

Um nerd no Japão V

Por Paloma Salles

Escrito pelo espanhol Héctor García, Um nerd no Japão é baseado no seu blog (http://www.kirainet.com/ ) onde conta suas experiências no país.  O surpreendente no livro é que você encontra não apenas uma visão do mundo geek, mas também uma contextualização histórica do país, o que o torna um guia completo para conhecer a cultura japonesa. Você consegue ter uma maior compreensão de como um país em ruínas após a derrota na Segunda Guerra Mundial pôde se reconstruir e chegar ao topo da economia mundial.

O livro apresenta diversas curiosidades desde as origens do mangá até a estrutura dos templos budistas japoneses. Em cada um dos capítulos você aprende um pouco sobre os hábitos culturais do Japão, além disso, as belas imagens dão um gostinho de como é o país.

Ele é dividido em diversos capítulos: “A origem da cultura japonesa”, “Artes e disciplinas tradicionais”, “Conceitos-chave da cultura japonesa”, “Curiosidades e símbolos”, “As empresas japonesas”, “Sociedade e vida no Japão”, “Como é a vida no Japão de hoje”, “Mangá e Anime”, “Música, Cinema e TV”, “Visitando Tóquio” e para finalizar o capítulo “Viajando pelo Japão”.

 

Um nerd no Japão II

 

Em um trecho, por exemplo, García mostra as formas antigas que deram origem aos caracteres modernos do kanji, um dos quatro alfabetos do sistema de escrita japonês. Em outra parte, o autor explica como os cartões de visita, meishi, devem ser tratados e até a maneira correta de serem entregues.

Nos capítulos finais, o autor ainda dá dicas dos melhores passeios a se fazer em Tóquio de acordo com um perfil mais geek, cultural, high tech ou urbano. Ele dá sugestões de lugares imperdíveis e secretos em outras regiões do país e também oferece conselhos gerais de como se virar em uma viagem para lá.

Depois de ler este livro, com certeza você vai fazer (mesmo que mentalmente!) o seu roteiro de viagem para conhecer este belíssimo e curioso país. Boa leitura!

 

Um nerd no Japão III

 

Menina Má – William March

Menina Má III

Por Paloma Salles

Menina Má, de William March, com sua história moderna cheia de questionamentos psicológicos (muitos de cunho sexual) engana e nos faz pensar que foi escrita recentemente e não em 1954.

Rhoda Penmark, uma menina de 8 anos de idade, tem uma carinha angelical e se comporta como uma pequena dama. Entretanto, aos poucos, pela perspectiva da sua mãe Christine, vamos nos dando conta da verdadeira personalidade da garota. Rhoda é uma pequena atriz fria e calculista. Mas será que Rhoda é mesmo capaz de tudo para conseguir o que quer?

Considerada a melhor obra de March, Menina Má é um suspense psicológico bem escrito e intrigante. Nos vemos questionando a origem da maldade e refletindo sobre o que faríamos se estivéssemos na pele de Christine.

O livro virou um best-seller, sua história foi adaptada para a Broadway em 1955 e depois foi transformada em filme pela Warner. Em 2016, a Darkside lançou o livro pela primeira vez no Brasil. O acabamento do livro é ótimo, tem capa dura e as ilustrações dão o tom da história. Um livro para se ter na estante.

Vale a pena conhecer a pequena Rhoda!