Confissões do Crematório: Lições Para Toda a Vida de Caitlin Doughty

Confissões do Crematório

Por Paloma Salles

Confissões do Crematório II

Caitlin  Doughty é agente funerária, escritora e mantém um canal no YouTube onde fala com bom humor sobre a morte e as práticas da indústria funerária. É criadora da websérie “Ask a Mortician” e fundadora do grupo “The Order of the Good Death” (que une profissionais, acadêmicos e artistas para falar sobre a mortalidade).

 

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Caitlin  Doughty

Em Confissões do Crematório: Lições Para Toda a Vida, a autora nos conta o dia a dia de um crematório e outras particularidades desta indústria. Aliás, um relato muito interessante sobre a indústria funerária. A partir disso, faz várias reflexões sobre a morte e como a sociedade atual de maneira não natural foge desses questionamentos.

Confissões do Crematório III

Ao ler este livro me lembrei bastante de “A sete palmos”, uma série muito bem feita que conta sobre o dia a dia de uma família dona de uma funerária. A série era engraçada e reflexiva ao mesmo tempo, assim como o livro de Caitlin. A autora soube dosar um assunto um pouco macabro com bom humor.

Além disso, a obra traz outras questões pertinentes como a mentira do “final feliz” que geralmente é passado para as crianças, o que acaba sendo muito mais prejudicial do que contar sobre como a morte e o amor realmente funcionam.

Vale a pena ler e refletir!

A montanha mágica de Thomas Mann

 

A montanha mágica IV

 

Por Paloma Salles

Considerada a obra-prima do celebrado escritor alemão Thomas Mann, A montanha mágica conta a história do jovem Hans Castorp que se vê desviado de uma previsível carreira na construção naval ao internar-se em um sanatório para tuberculosos nos Alpes suíços. Durante a inesperada estadia, Hans relaciona-se com uma miríade de personagens enfermos que encarnam os conflitos espirituais e ideológicos que antecedem a Primeira Guerra Mundial.

A obra foi publicada apenas em 1924, porém o escritor começou a escrevê-la antes da Primeira Guerra. No período entre guerras, Thomas Mann fez várias reflexões sobre o conflito e colocou essas ideias no livro.

 

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Thomas Mann

 

Hans vai visitar seu primo Joachim que está enfermo no sanatório Berghof por três semanas. Lá acaba sendo diagnosticado com tuberculose, também é internado e prolonga sua estadia até que melhore. Juntamente com Hans e Joachim, somos apresentados a vários personagens interessantes como o humanista Lodovico Settembrini, o jesuíta totalitário Leo Naphta, o interesse amoroso Clawdia Chauchat e o hedonista Mynheer Peeperkorn.

O livro faz várias reflexões filosóficas sobre a morte, o tempo, o amor, o progresso, entre outras grandes questões colocadas através da interação desses personagens, principalmente pelo embate de ideias entre Settembrini e Naphta.

A montanha mágica é considerada um romance de formação. Bildungsroman, em alemão, designa o tipo de romance em que é exposto o processo de desenvolvimento físico, moral, psicológico, estético, social ou político de um personagem, geralmente desde sua infância ou adolescência até um estado de maior maturidade. Através de Hans, o autor vai nos transformando ao longo da narrativa e expondo suas reflexões sobre a vida.

 

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A Montanha Mágica

 

Traduzido por Herbert Caro e revisto por Paulo Astor Soethe, essa primeira reimpressão pela Companhia das Letras, traz uma edição da obra em capa dura com mais de 800 páginas para digerir. Apesar de extenso, a leitura é fluida e prazerosa (o único problema é transportar o livro!).

Um livro espetacular que deve ser lido e relido para melhor compreender a obra em toda sua extensão.